
Categoria: Artigos
Data: 23/03/2024
Estamos vivendo em um momento cultural que nos apresenta grandes desafios, um tempo de relatividade, onde o sustento das instituições tem sido esvaziado. Vivemos em um tempo de individualismo acentuado onde todos cada vez mais pensam naquilo que é propriamente seu. Isso tem gerado desgastes e dificuldades para muitos, tem destruído vidas e famílias.
Olhamos para o cenário que se apresenta para nós com certo espanto, o que devo fazer? Queremos preservar nossa família, queremos que nossos filhos tenham sucesso, mas isso é possivel em uma realidade do mundo em que vivemos? Como posso educar meu filho, ao ponto de livra-ló da influencia do mundo que está ao nosso redor?
Todos desafios geram ansiedade, algum tipo de espanto, mas todos precisam ser encarados com fé no Senhor, no seu cuidado e poder.
Deuteronômio 6:1-9
- São estes os mandamentos, os estatutos e os juízos que o Senhor, seu Deus, ordenou que fossem ensinados a vocês, para que vocês os cumprissem na terra em que vão entrar e possuir,
- para que durante todos os dias da sua vida vocês, os seus filhos, e os filhos dos seus filhos temam o Senhor, seu Deus, e guardem todos os seus estatutos e mandamentos que eu lhes ordeno, e para que os seus dias sejam prolongados.
- Portanto, escute, Israel, e tenha o cuidado de cumprir esses mandamentos, para que tudo lhes corra bem e vocês muito se multipliquem na terra que mana leite e mel, como o Senhor, o Deus dos seus pais, lhes prometeu.
- Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.
- Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força.
- Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração.
- Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se.
- Também deve amarrá-las como sinal na sua mão, e elas lhe serão por frontal entre os olhos.
- E você as escreverá nos umbrais de sua casa e nas suas portas.
Não esqueçam das palavras de VIDA.
As palavras do livro de Deuteronômio foram escritas por Moisés em um momento ímpar do povo. Eles estavam para encerrar a longa jornada pelo deserto, uma peregrinação de aproximadamente quarenta anos. Agora eles estão para tomar posse daquilo que o Senhor lhes prometeu, uma terra onde aquele amontoado de tribos pudesse se tornar um povo, uma nação.
A partir do que lemos no verso de numero 1, percebemos que os mandamentos e estatutos do Senhor já não eram novidade, todos aqueles que neste momento ouviam as palavras de Moisés, já conheciam qual era a revelação da vontade de Deus.
A ideia é observar e guardar as palavras do Senhor, com consciência plena que elas contêm princípios de vida, de um Deus que nos ama e quer o melhor para nós. Elas não são palavras de um Deus mesquinho, que simplesmente quer podar nossa liberdade, mas de um Pai amoroso que quer que seus filhos tenham vida. Quando dizemos um não para nossos filhos, eles muitas vezes não compreendem porque estamos agindo daquela forma, mas nós sabemos que estamos buscando o melhor para eles. Precisamos pensar que Deus trabalha assim conosco, porque Ele nos conhece, conhece o mundo que nos cerca, Ele nos dá a direção do melhor caminho a seguir.
A instrução de Deus não é uma teoria inaplicável (Dt 4.1). Essa Lei foi dada para ser ensinada e aprendida. Mas não só isso, ela também deveria ser cumprida. Não são meras ideias. A Lei foi dada debaixo de muita graça. A graça de Deus começou a atuar desde Gênesis. A Lei nos dá instruções a respeito de como viver para a glória de Deus: aprendendo, ensinando e cumprindo.
As palavras que nos permitem andar contraculturalmente. O povo de Deus em todas as épocas, é um povo que caminha na contra cultura, e como ele faz isso? Observando as Palavras de Deus. O Senhor não deu um império para Israel, mas uma terra na qual eles poderiam construir um reino entre outros reinos, isso para que Israel pudesse influenciar os povos à sua volta. A terra que os Hebreus estão para possuir, é uma faixa de terra que constitui uma passagem entre grandes porções de terras ou impérios, isso para que os outros conhecessem o reino de Israel, para que o povo de Deus tivesse a oportunidade de testemunhar de seu Deus.
As pessoas deveriam olhar para Israel e se admirar, vejam como esse povo é sábio, vejam como eles conseguem lidar bem com seus problemas. Mas para isso a vida do povo de Deus, deve ser dirigida pela palavra de Deus. Nunca como povo de Deus conseguiremos testemunhar fielmente do Senhor, se nossa vida estiver distante da palavra, dos mandamentos desse mesmo Deus.
Não podemos estar alheios ao mundo, porque assim não conseguiremos testemunhar de Deus no mundo, mas também não podemos nos guiar como os outros se guiam, seguindo a mentalidade da cultura. Nossa mente deve ser formatada e guiada pela palavra de Deus, pelos seus mandamentos, para que nosso testemunho seja natural, consciente e fiel.
Por exemplo: Estamos falando famílias, educação de filhos etc. Educação é um tema muito discutido e falado em nossa cultura hoje. Muitos entregam a educação a salvação da humanidade, como: “quando tivermos mais livros, o mundo será um lugar bem melhor”. SERÁ? Isso porque toda a ideia pedagógica é montada a partir da visão que o homem é capaz de resolver seus próprios problemas, ela tem uma visão positiva a respeito do homem.
Em contrapartida a bíblia declara que o homem é um ser pecador, e que o pecado do homem e que ele precisa de mais que um simples redirecionamento moral, ou um conjunto de leituras certas para que sua vida seja transformada. Não é que devemos descartar toda a ferramenta pedagógica, porque como ciência ela nos fornece boas ferramentas, mas precisamos encará-la tomando como ponto de partida que redenção somente o Senhor pode proporcionar.
Precisamos estar sempre alimentando a nossa mente com a palavra do Senhor para que não venhamos a ser dominados pela cultura, deixando de ser influência para sermos influenciados. Nosso propósito, nossa missão depende disso, por isso Moisés demonstra preocupação que gerações sucessivas mantivessem a obediência às leis de Deus, o que garante vida prosperidade. Para que no decurso dos anos as pessoas não perdessem o foco principal.
Isso era tão importante para Israel, como é para a nossa vida hoje. Vivemos em um mundo pós revolução científica, onde para tudo existe uma ciência, uma área de estudo, onde somos constantemente tentados a abandonar a sabedoria da palavra de Deus, para abraçar os discursos de sabedoria do mundo. Não podemos nos enganar nesse ponto, deixando a palavra de Deus de lado. Ah não, mas não preciso ser tão radical, ah não mas assim não vou ter sucesso, ah mais se fizer dessa forma meu filho não vai me amar, o que as pessoas vão pensar de mim. Precisamos confiar e praticar.
Isso porque… Essa Lei deve ser ensinada aos filhos para que o temor seja instalado em seus corações. A geração atual é responsável pela instrução da próxima. Os Dez Mandamentos são uma espécie de contrato entre Deus e seu povo, e os quatro primeiros mandamentos, que tratam do relacionamento do povo com Deus, têm um propósito: gerar temor em seu povo.
Terceiro, a instrução aplicada gera bênçãos (Dt 6.2c-3). O cumprimento dela traz consigo promessa de bênçãos. A Lei é maldição para o incrédulo, pois ele é condenado e julgado por sua transgressão. Para o crente, a Lei deve ser objeto de desejo e deleite (Sl 19). A Lei do Senhor é graciosa.
Quando Moisés afirma que o povo não se estenderá na terra, é porque sem a palavra de Deus as famílias e a sociedade entram em caos. É palavra de Deus o instrumento da graça divina para manter nosso coração e nossa vida em ordem.
Um povo que deve AMAR o seu DEUS.
⁴ Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.⁵ Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força.⁶ Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração.
O compromisso que Deus pede ao seu povo é completamente diferente, não é estabelecido por meio de barganha mesquinha, mas em graça e amor. O que amar a Deus implica? Primeiro deixar de amar a nós em primeiro lugar. O homem pecador tem toda a sua vida voltada para si mesmo, ele é escravo dos próprios desejos do seu coração.
O homem sem Deus ele busca ídolos não para amá-los, mas para que eles possam conceder a ele, aquilo que mais ama. O homem sem deus se dobrar aos altares da idolatria, na ânsia vã de satisfazer os desejos de seu coração.
O povo de Deus é um povo que ama seu Deus de coração, eles não o servem por medo, mas por amor e coração consciente.
A amar ao SENHOR Deus, um envolvimento completo, de todo o coração, de toda a alma e de toda a força. Na Bíblia, o coração é o centro do ser. Estas palavras são repetidas por Jesus em Mateus 22.37, o qual adiciona “de todo o entendimento”. Não precisamos inventar algo a respeito de Deus, pois ele mesmo se apresenta.
Deus não podia ser representado por nenhuma forma material, como acontecia com os ídolos, precisava ser demonstrado pela obediência completa à lei de Deus no dia a dia. (Não se podia simplesmente fazer um templo e oferecer libações, era mais que isso).
A lei inscrita no coração seria a característica essencial da Nova Aliança vindoura (ver Jeremias 31:33). Por isso, nosso amor à Deus se expressa na aplicação dos mandamentos do Senhor em nosso dia-dia. Visto que obedecemos a Deus porque amamos a Ele, como filho que tem prazer em obedecer ao pai que ama. E esse é um fato que não deve ficar somente no âmbito pessoal, mas também coletivo.
A missão dos pais com filhos.
Precisamos entender em todo o contexto, que Deus está sempre chamando familias, por isso a promessa para Abraão é: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Por isso que antes de se preocupar em falar de Deus para o mundo, todo pai temente a Deus, deve se empenhar em construir um lar para glória de Deus.
⁷ Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se.⁸ Também deve amarrá-las como sinal na sua mão, e elas lhe serão por frontal entre os olhos.⁹ E você as escreverá nos umbrais de sua casa e nas suas portas.
Esse texto é conhecido como SHEMÁ, Shema (“ouvir”) é a palavra hebraica que inicia a oração mais importante do judaísmo. Encontra-se em Deuteronômio 6:4, que começa com a ordem de “Ouve”. Toda a oração Shemá, que inclui os versículos 4-9, é dita diariamente na tradição judaica. A oração Shemá foi tão influente e importante que Jesus a usou como o início de Sua resposta à pergunta do “maior mandamento” em Marcos 12:28–31. A shemá não era somente uma oração que lembrava a Israel a respeito do Deus que servia, como também de sua missão e de seu propósito. E estava entre o propósito principal de cada ouvinte, a missão de ensinar os filhos a respeito do amor de Deus e do amor à Deus.
Como se deve ensinar?
No início do texto Moisés declara a importância de ensinar as gerações futuras, agora ele declara o grau de importância que isso deve ocupar na vida de todos. Não é uma simples transmissão de conhecimento, mas sim um inculcar da verdade. É como gravar a verdade na mente, forma que ela fique bem explicita.
Isto deve partir primeiro do coração dos pais, para então os filhos serem alcançados. Não caia no erro dos fariseus, não seja hipócrita exigindo algo que não é capaz de cumprir ou que não agrada seu coração. Segundo, nosso amor deve ser refletido em todas as áreas de nossa vida. Essas palavras devem ser nosso estilo de vida, refletido em todas as horas da nossa vida. É o princípio da constância, seja através do ensino formal ou do informal.
Ensinar pelo caminho.
Quer dizer ensinar em todo momento e de forma, sendo que ele mais que um adotar uma cartilha de pode e de não pode, é algo dinâmico que parte do coração de um pai que ama à Deus e tem o desejo de que seu filho também ame a Deus de todo o coração.
Ensinar pelo caminho é mais que um modelo, é um estilo de vida. Qualquer ensino tem a sua parte formal, mas também tem a importância da parte não verbal, que seria o momento que os filhos veriam em seus pais, os mandamentos que eles ensinam estampados em suas vidas.
Andando pelo caminho eram aqueles momentos que os pais estavam com os filhos nos momentos ordinários da vida. No sentar a mesa para comer, nas conversas, no caminho para o trabalho, onde os filhos estariam olhando os pais e vendo como eles agiriam. É importante que os filhos vejam que não negociamos os valores do Reino, para atingirmos objetivos pessoais.
Nós conseguimos enganar os outros, na igreja podemos ter roupagem e até sermos considerados bons cristãos, mas a nossa casa nos conhece. Por isso Moisés deixa claro que tudo deve ser de coração, pois o Senhor quer mais que mero formalismo.
Tanto que quando Moisés escreve: Também deve amarrá-las como sinal na sua mão, e elas lhe serão por frontal entre os olhos. E você as escreverá nos umbrais de sua casa e nas suas portas. (Vs. 8-9).
Isso quer dizer que toda a casa, toda a vida deve se centrar nesse mandamento. Quer dizer que nossa vida deve ser construída em torno desse mandamento, o amor de Deus e as exigências de Sua aliança deveriam ser o interesse central e absorvente de toda a vida do homem. Assim como toda a nossa agenda de vida, assim como a nossa agenda familiar, deve ser construída em torno dessa realidade, do amor à Deus e o compromisso de obedecer seus mandamentos.
1. Qual o valor dos mandamentos em nossa vida?
Quando tomamos ações, direções e escolhas, quanto de tudo isso é dirigido pela palavra de Deus. A palavra de Deus não deve ser somente um compêndio de dogmas para a nossa vida, mas algo vivencial e prático. Se enxergarmos a palavra somente como um conjunto sistemático de conhecimento que devem ser decorados, a palavra de Deus perde o seu valor para a nossa vida, pois ela deixa de ser o guia que nos dirige para uma vida que ama à Deus.
O meu povo está sendo destruído, pois lhe falta o conhecimento. Pelo fato de vocês, sacerdotes, rejeitarem o conhecimento, também eu os rejeitarei, para que não sejam mais sacerdotes diante de mim; visto que se esqueceram da lei do seu Deus, também eu me esquecerei dos seus filhos.” Oséias 4:6
O Senhor revela essas palavras para Oséias, em um momento que o povo estava estabelecido na terra, onde muita coisa aparentemente estava bem, mas o temor a Deus estava distante. Mas precisamos frisar um ponto, conhecer, significa um conjunto completo entre saber e praticar. Quem conhece os mandamentos, mas os esconde em determinados momentos da vida, é tido como uma pessoa que não conhece a Deus. O termo que traduzimos por conhecimento aqui indica um relacionamento intimo, que tem como sinônimo o relacionamento entre homem e mulher. Esse conhecimento significa um relacionamento pessoal com o Senhor, que se expressa em obediência a sua palavra. Isso não se via entre o povo na época que Oséias escreveu essas palavras. Existia um culto mecânico, um ensino mecânico, mas não existia relacionamento íntimo com Deus.
Tomemos como exemplo os Escribas e Fariseus que estiveram com Jesus, com os apóstolos. Homens que conheciam muito, mas praticavam pouco. Jesus mesmo os confronta quanto a esse respeito, estavam tão perto da Lei escrita, mas tão distantes do amor de Deus. Pois é quando a palavra toma nosso coração, é então que ela dirige as ações de nossa vida.
Não é porque tudo está aparentemente bem, que o Senhor está se agradando de nossa vida. Vivemos hoje um tempo que nos prega uma aparente paz, uma aparente felicidade, um aparente sucesso, o qual nos seduzem a abandonar os princípios da Palavra de Deus, para abraçar modelos que não condizem com a realidade do evangelho. Um pragmatismo que tem distanciado as pessoas do verdadeiro conhecimento de Deus, pois depositam suas esperanças em outras coisas.
É uma realidade que desemboca na pergunta…
2. Amamos a Deus de todo o coração?
Pois a incoerência em dizer que ama à Deus, mas não se deleita na sabedoria contida em Sua Palavra, é a mesma coisa que adulterar, mas dizer que ama ao mesmo tempo. É uma incoerência. Precisamos entender que:
O Amor de Deus é libertador. Ele é libertador porque nos livra da influência dos ídolos. Quando o povo estava para entrar na terra, lá estavam vários ídolos, vários tipos de seduções que buscariam desviar o povo do propósito. Esse assédio é muito forte, até nosso coração é naturalmente idólatra. Só conseguimos influenciar o mundo de forma natural e sadia, quando o nosso coração está dobrado diante de Deus. Assim podemos, por exemplo, ter uma carreira sem ser consumido por ela, sem colocar no sucesso profissional o nosso objetivo de vida.
O amor de Deus nos traz paz. Ele nos traz paz para cumprir a missão, pois nos dá a nítida consciência que Deus não exige nada de nós que Ele não nos capacite a entregar. Não precisamos nos preocupar em fazer alguma coisa para que Deus me ame, pois graciosamente Ele já nos ama, somos amados por Ele. Vejamos que o Senhor entrega a Lei ao povo, depois de libertar o povo, assim a Lei não é o instrumento para conquistar o amor de Deus, mas algo que Deus nos dá para que expressem o amor que Ele já ofertou por nossa vida.
Esse fato revela que Deus está conosco mesmo em meio a missão, Ele não nos desampara em meio a missão e depois vem nos cobrar resultados. Quando buscamos servir a Deus de coração, sabemos que servimos um Pai que se compadece de seus filhos.
Isso é importante principalmente na tarefa que temos de educar nossos filhos no caminho da palavra de Deus. É responsabilidade nossa como pais inculcar a palavra na mente de nossos filhos, sim, mas quem faz a palavra ter real efeito no coração. Claro que isso não é desculpa para diminuir a nossa responsabilidade, mas sim para cumprirmos a nossa responsabilidade com confiança no Senhor. Tenho visto muitos irmãos piedosos, com boa intenção, se desgastando NA BUSCA DO MÉTODO INFALÍVEL, completamente bíblico, que basta aplicar esse método que vai dar tudo certo, errado. Tanto que a Bíblia traz instruções de criação de filhos, não traz nenhuma cartilha litúrgica a respeito.
Isso é influência de uma ideia cultural que foi construída pós revolução científica, visto que a ciência em si, santifica o método. O que é considerado verdade hoje para comunidade científica, tudo aquilo que foi provado por um método científico seguro, logo esse conhecimento vem com uma chancela. CIÊNCIA SEGURA. Mas na vida cristã não é assim, tanto que o texto que lemos diz, ensina, mas como? Das mais variadas formas, utilizando todos os métodos e ferramentas a disposição, ensina trabalhando, ensina nas brincadeiras, ensina limpando a casa, ensina de forma e informal.
Fazemos isso quando nosso coração descansa no amor de Deus, pois
Amar a Deus é fruto da graça de Deus em nosso coração. Ninguém ama Deus por seus próprios esforços. Vejamos é nosso dever apresentar nossos filhos ao Senhor, mas fazemos isso não colocando nossa confiança no rito, mas no Deus nos mandou fazer as coisas dessa forma. Quanto ao futuro, Deus está cuidando. Não nos compete encher - nos de ansiedade quanto aquilo que vai acontecer com nossos filhos no futuro, precisamos cumprir os mandamentos com fé em Deus, sabendo que Ele é poderoso para cumprir suas promessas, e que Nele existe amor suficiente para inundar também a vida de nossos filhos.
Assim não precisamos temer quando nossos filhos tiverem que encarar o mundo. Precisamos ensinar nossos filhos na palavra, dizer aquilo que é e o que não é, o que agrada e o que não agrada a Deus, mas não podemos criar nossos filhos em um monastério. Uma hora todos nós vamos ter que encarar o mundo, mas se eles cresceram e estão crescendo aprendendo dos caminhos do Senhor, principalmente a partir do nosso próprio exemplo, precisamos confiar que Deus cumprirá o que prometeu, que a nossa vida, que a vida de nossa família seria próspera na terra.
É o momento em que somos confrontados a colocar em prática nosso conhecimento de Deus, de observar se a Palavra chegou realmente ao nosso coração. Lembremos da doutrina da perseverança dos santos por exemplo, aqueles que são do Senhor não vão se perder, porque são abraçados pela graça divina, e o próprio Deus cuidará deles. Mas uma vez lembro, isso não é para amenizar a nossa responsabilidade, mas sim para que possamos fazer com o nosso coração descansado em Deus, não nos sobrecarregando com fardos que não cabe a nós carregarmos.
O momento cultural que vivemos hoje é o momento daqueles dias.
3. Somos comprometidos com o ensino de nossos filhos?
Esse é o princípio de nossa missão. Não adianta nada termos sucesso como profissionais e fracassarmos como pais. Ler um texto como esse de Deuteronômio 6, faz-nos colocar as coisas em perspectiva. Lembremos de quantos homens se emprenharam em cumprir os mandamentos de Deus de forma pessoal, mas erraram com seus filhos, por olhar somente para o dever pessoal e não comunitário. Samuel, por exemplo, exortou muitos, mas não exortou aqueles que estavam em sua casa. Não podemos ser como Samuel nesse ponto, que possamos ver que na nossa missão como servos de Deus, nossa família está incluída. Como Josué expressa
Mas, se vocês não quiserem servir o Senhor, escolham hoje a quem vão servir: se os deuses a quem os pais de vocês serviram do outro lado do Eufrates ou os deuses dos amorreus em cuja terra vocês estão morando. Eu e a minha casa serviremos o Senhor. Josué 24:15
Deus nos chamou para sermos benção, primeiramente em nossa casa, para vivermos e pregarmos o evangelho primeiro em nossa casa. A casa é a célula primária da sociedade, esse fato não deve ser negligenciado. Mas em uma cultura tão individualista como a nossa, temos visto e trabalhado cada vez mais para nós mesmos, do que para os nossos filhos. Estamos tão atarefados buscando aquilo que nos traz satisfação pessoal, aquilo que vai nos conduzir ao sucesso profissional, e acabamos esquecendo de nossa casa. Para nós que somos professores, pedagogos, vimos como os pais tem colocado muitas vezes na escola, a responsabilidade de dar a educação que nós como pais somos responsáveis de entregar. Estamos muitas vezes tão cansados, que não temos tempo para nossos filhos, por isso fica mais fácil colocar tudo em uma agenda, regalando Deus há um momento em nossa agenda apertada. Mas lembrem que seus filhos estão vendo isso, e a tendência é que eles reproduzam isso de forma mais acentuada no futuro. Para ensinar andando pelo caminho, de forma dinâmica, é preciso tempo de qualidade com Deus e com nossa família.
Como nossos filhos vão acreditar que amamos a Deus, se o centro de nossa vida está em outras coisas? No futuro as pessoas podem perguntar, batizei meu filho, mas hoje ele não quer vir à igreja, claro você ensinou seu filho que ele deve vir à igreja quando dá tempo. Nosso compromisso íntimo com Deus, se reflete em nosso compromisso comunitário. Muitos vêem na igreja quando não estão cansados do trabalho, ou quando não estão cansados do descanso do trabalho, isso comunica que as coisas de Deus não são importantes.
Observemos a nossa agenda. Nossos filhos crescem aprendendo que é preciso ir a escola, do contrário eles são punidos. Eles crescem vendo seus pais trabalharem, mesmo muitas vezes não querendo ir trabalhar, ao mesmo tempo que veem seus pais não tendo esse mesmo compromisso com as coisas de Deus. O que eles estão aprendendo? que Deus não é a coisa mais importante. O que eles vão reproduzir no futuro? Esse mesmo pensamento, que antes de tudo vem o trabalho,os estudos, a vida profissional e depois Deus.
Um tempo atrás estávamos conversando sobre o que faríamos quando as salinhas atrás tivessem que ser quebradas. Muitos se preocuparam, precisamos ter outro espaço, porque tem pais que não vem à igreja se não tiverem com quem deixar seus filhos. O ministério infantil não é creche, mas sim um auxílio da comunidade para educação de seus filhos na palavra. A comunidade da fé tem esse papel de auxílio mútuo no crescimento da igreja como um todo. Mas a classe infantil não existe para simplesmente dar comodidade aos pais no momento do culto. Se construirmos as coisas nesse foco, igreja e pais estão errando. A classe existe porque acreditamos que crianças conseguem captar melhor verdades, quando essas são comunicadas em uma linguagem mais acessível ao momento cognitivo que elas estão vivendo.
Trouxemos a ideia, vamos fazer atividades para as crianças em outros períodos, mas a questão é; OS PAIS VÃO TRAZER? Infelizmente temos alguns que sabemos que não trazem, algo triste que demonstra a falta de comprometimento com o ensino de seus filhos. Porque se fosse um reforço escolar para o filho que está mal na escola, teriam mais disponibilidade, ou para um campeonato, ou uma festa. Como queremos dizer que amamos a Deus e a nossos filhos, se não queremos abrir mão de coisas que estão em nossa zona de conforto para fazer aquilo que nos é necessário.